eu...

perguntaram-me quem sou,
eu?...quem sou eu?...
apenas o que se vê... sem tirar nem pôr
um mero velho barco encalhado ao cais,
cansado de muitas viagens inacabadas.
um caminho pisado pelo céu negro de janeiro,
de pés frios, pesados de sentimentos.
um filosofo de capa rasgada,
de conselhos impedidos pelo coração.
um cristal sem brilho,
pelo calcário, se transforma em pedra.
uma paleta sem cor,
como só houvesse preto e branco.
um restolho á deriva,
procurando terra fertil.
eu?...quem sou eu?...